domingo, 18 de setembro de 2011

Saudade

Já fazia quase um ano que eu não postava nada nesse blog. Hoje me deu saudade. E porque não falar de saudade? Um dos sentimentos mais constante na vida de qualquer ser humano. (pelo menos nos brasileiros). Mas não vou escrever somente as coisas das quais sinto falta, eu quero discorrer sobre a SAUDADE também.

Tenho saudade do desconhecido. Daquilo que nunca ousei tocar. Talvez por uma certa inocência. Desconhecido que nem em sonhos apareceram, mas num súbito sentimento de identificação me invade. Numa identificação bizarra, mas sublime. O distante que não me é estranho. Que não me causa repulsa. Mas sim, anseio. Desejo de estar perto. Uma inquietação repentina. Pois saudade é o que sinto. Dos abraços. Das mãos. Do olhar nunca visto. Da ausência de algumas pessoas. Saudades, também, da presença. Da sensação de sentir-se beijado. Da espera pelo toque. A crença no olhar a ser lançado a qualquer momento. Mas porquê a saudade? Essa ausência que me invade.Um adeus. Inexistente despedida. Porém infinita. Porém real.
Saudades é o meu inferno. É o meu desejo. É a minha coragem. E minha covardia.
Desespero por ter o ausente. Por desejá-lo, simplesmente. Falta que faz aquele nunca presente. Mas contento-me com algumas ausências. Ausência que é minha angústia, mas é meu alívio. Alívio de nunca ter. De nunca sentir. Ainda que ainda... Ainda que Saudade.
Quando a saudade é demais, não cabe no peito: escorre pelos olhos. A verdade absoluta é que a própria saudade torna o coração mais amante. Nada pode substituir o calor de um cumprimento face a face. Mesmo assim, pensamentos podem cruzar a distância e levar sorrisos e abraços, de lembrança.
E a gente entende que saudade, além de não se traduzir, também não se cobra. Que presença e importância não se impõe. Eu sinto saudade toda vez que tenho que te deixar ir embora. Mas não será a saudade a mais certa, a mais eficaz, a mais intensa, a mais indestrutivel e a mais fiel das presenças?
Saudade são águas passadas que se acumulam em nossos corações, inundam nossos pensamentos, transbordam por nossos olhos, deslizam em gotículas de lembranças que por fim, morrem na realidade de cada uma dessas palavras.
Para terminar, saudade assinarei. De cada instante, a todo instante.